quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A Igreja Católica e os extraterrestres


José Gabriel Funes

Recentemente, a Igreja Católica Apostólica Romana expressou o seu reconhecimento oficial à vida extraterrestre, admitindo agora, aquilo que rejeitou durante séculos. Em outrora, esta instituição condenou à fogueira quem afirmasse o mesmo que hoje afirma o padre José Gabriel Funes, astrônomo do Vaticano – o que não deixa de ser surpreendente.

Com efeito, numa entrevista concedida ao jornal L´Osservatore Romano e à BBC, o padre Funes, jesuíta argentino de 45 anos de idade, diretor do observatório astronômico Specola Vaticana, em Castel Gandolfo, afirmou que, “Deus pode ter criado seres inteligentes em outros planetas do mesmo modo como criou o universo e os homens. Como existem diversas criaturas na Terra, poderiam existir também outros seres inteligentes, criados por Deus”. O cientista concluiu, dizendo que, “Possíveis habitantes de outros planetas devem ser considerados como nossos irmãos”.

Corrado Balducci

Num momento de abertura da igreja para os assuntos acerca da vida inteligente fora da Terra, faleceu recentemente um dos grandes pesquisadores dessa instituição, o monsenhor Corrado Balducci. O falecimento aconteceu no dia 20/09/2008, mas a notícia foi divulgada somente alguns dias depois, quando de seu funeral.

O teólogo monsenhor Corrado Balducci foi um ferrenho sustentador da realidade extraterrestre, da qual falava repetidamente, sem temor. Monsenhor Balducci enfrentava-se com alguns dos maiores pesquisadores ufólogos no mundo, como Paola Harris, Jaime Maussan, Zecharia Sitchin e Eugenio del Buono.

O argumento UFO e vida extraterrestre sempre foram os assuntos mais importantes para o teólogo e exorcista do Vaticano, que somente nestes últimos tempos conseguiu atenção do público, das instituições eclesiásticas, graças às afirmações do padre José Gabriel Funes, a respeito da possibilidade da existência de vida extra-terrestre.

Para Balducci, a vida fora da Terra era vista não mais como um simples fato, mas uma realidade. Para ele, deveria ter um fundo de verdade nisso, sobretudo, porque centenas de milhares de testemunhas não deixam dúvidas. Apesar disso, considerava a possível ilusão de ótica, fenômenos atmosféricos e outras confusões que tenham explicações científicas. Desta forma, defendeu o teólogo durante o encontro na Bellaria Igea Marina, em que participou juntamente com o notável pesquisador e escritor Zecharia Sitchin.

O valor dos testemunhos

“Como teólogo e católico, não posso simplesmente ignorar estas testemunhas. A testemunha direta é uma forma de transmitir a verdade particular e não é um caso da religião cristã, mas de uma Revelação Divina, a qual ativa a credibilidade da nossa fé”, afirmou Balducci.

Quando se interessou pelos fenômenos da ufologia, no começo dos anos 60, juntamente com os seus aprofundamentos ao exorcismo e à parapsicologia, Balducci não viveu momentos fáceis no meio institucional romano. Ele declarou a Adriano Forgione, durante uma entrevista, em 1999 que, “Isto eu nunca confessei a ninguém; mas alguns teólogos já me disseram: ‘Balducci, onde você se meteu? Isto é tudo fantasia...’. E devo acrescentar que se tratavam de teólogos de relevância. Mas, com afinco, expliquei que havia chegado a hora de enfrentar o fato e que ninguém poderia destruir o valor do testemunho humano. E isso, me preocupa, porque o testemunho humano se baseia na vida individual e social de cada um de nós”.

Para Balducci, um dos argumentos mais convincentes dos fenômenos extraterrestres, seria a palavra das testemunhas. “Se alguém acredita no testemunho bíblico dos milagres, deve raciocinar e dar crédito às testemunhas de eventos extraordinários. Lógico que é preciso provar que cada afirmação está baseada sobre fundamentos de credibilidade. Mas, sobretudo, o testemunho humano, foi a motivação maior que me levou a interessar por ufologia”, afirmou.

O seu pensamento e a sua apologia à realidade ufológica, depois de décadas de palestras, declarações públicas, entrevistas e lutas ideológicas, já se tornaram domínio público, apesar de não ter havido a mesma ressonância pública, se comparados às simples declarações do padre Funes. Tal questão se torna um paradoxo para muitos, haja vista a credibilidade e a estima da qual Corrado Balducci gozava na qualidade de exorcista da Diocese de Roma.

A morte do religioso, seguramente, representou uma grande perda para a investigação ufológica conduzida sem preconceito e, principalmente, no que se refere às correlações indisciplinares, das quais se presta a ufologia e seus cruzamentos com fatos científicos, filosóficos, históricos e espirituais, dos quais, o monsenhor Balducci detinha fartos conhecimentos e experiências.

Na realidade, o monsenhor Balducci não foi o único a tocar no assunto da vida extraterrestre como um fato. Como ele mesmo disse durante uma entrevista concedida a David Murgia para o jornal Il Tempo, São Pio de Pietralcina, canonizado em Roma no ano de 2005, também cria. Disse ele sobre os extraterrestres: “A onipotência de Deus não se limita ao único planeta Terra. Em outros planetas existem criaturas e outros seres que não pecaram como nós e que rezam a Deus”.

Outras grandes figuras humanas também manifestaram suas crenças na vida inteligente fora da Terra. Entre eles, o notável teólogo italiano Niccoló Cusano, que afirmara: “Não existe estrela da qual somos autorizados a excluir a existência de outros seres vivos, também, diferentes de nós”.

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