terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Em busca de novas Terras.


Sempre se achou, ao longo da história, que só havia um planeta como a Terra no universo. Mas logo talvez haja outra Terra. E outra. E mais outra.

Foram necessários milhares de anos para que nós, seres humanos, explorássemos nosso próprio planeta e séculos para que aprendêssemos algo a respeito dos planetas vizinhos, mas hoje novos mundos estão sendo descobertos toda semana. Até agora os astrônomos já identificaram mais de 370 "exoplanetas", ou seja, corpos celestes girando em torno de outras estrelas além do Sol. Alguns são tão estranhos que confirmam um famoso comentário do biólogo J.B.S. Haldane, segundo o qual "o universo não é só mais bizarro do que imaginamos mas também mais bizarro do que conseguimos imaginar".

A 260 anos-luz da Terra, há, por exemplo, uma espécie de "Saturno quente", que gira em torno de sua estrela com tal velocidade que um ano ali dura menos de três dias. Em volta de outra estrela, a 150 anos-luz, descobriu-se um "Júpiter quente" cuja atmosfera superior está sendo arrancada com tanta força que o planeta exibe uma cauda como se fosse um cometa.

Em meio a esses exemplares exóticos, os cientistas estão empenhados em descobrir indícios de planetas semelhantes à Terra, que giram em torno de suas estrelas a uma distância conveniente - com uma temperatura nem muito alta nem muito baixa - para manter a vida tal como a conhecemos. Identificar um planeta tão pequeno e pálido como o nosso em meio ao brilho de sua estrela é como tentar distinguir um vagalume em uma explosão de fogos e detectar sua influência gravitacional sobre a estrela é como ouvir um grilo durante um tornado. No entanto, aperfeiçoando sem cessar as tecnologias já disponíveis, os astrônomos estão cada vez mais próximos do dia em que vão topar com uma outra Terra.

Apenas 11 exoplanetas, todos eles de grande porte, brilhantes e distantes de suas estrelas, foram até hoje fotografados. A maioria dos outros foi detectada graças ao uso de uma técnica baseada no efeito Doppler, que analisa o espectro da luz emitida pela estrela a fim de detectar indícios de que ela está sendo deslocada pela força gravitacional de seus planetas. Os astrônomos hoje podem dizer quando uma estrela altera sua posição normal em apenas 1 metro por segundo - a velocidade de um ser humano caminhando. Isso é suficiente para identificar a presença de um planeta gigante em órbita distante ou de um planeta pequeno próximo da estrela, mas não algo parecido com a Terra, em órbita a 150 milhões de quilômetros do Sol. A Terra altera a posição do Sol em 10 centímetros por segundo, ou seja, a velocidade de um bebê engatinhando. E uma diferença tão ínfima ainda não pode ser distinguida na luz emitida por estrelas distantes.

Outra técnica se baseia na verificação de ligeiras variações periódicas no brilho da estrela, que devem ocorrer sempre que um planeta do sistema passa diante dela e bloqueia uma fração de sua luminosidade. No máximo, um décimo de todos os sistemas planetários estão orientados de tal modo que esses minieclipses, os "trânsitos", sejam visíveis da Terra. Isso significa que os pesquisadores precisam monitorar muitas estrelas a fim de captar apenas alguns trânsitos. O satélite francês Corot descobriu assim sete exoplanetas - um deles é apenas 70% maior que o nosso.

O satélite americano Kepler é o sucessor mais ambicioso do Corot. Lançado do cabo Canaveral em março, o Kepler é basicamente uma grande câmera digital com uma abertura de 95 centímetros e um detector de 95 megapixels. Ele faz fotos a cada 30 minutos, captando a luz de mais de 100 mil estrelas em uma única região do céu, entre as estrelas de Deneb e Vega. Computadores monitoram o brilho desses milhares de estrelas ao longo do tempo, alertando os pesquisadores quando ocorre ligeiro obscurecimento que poderia indicar o trânsito de algum planeta.

Os cientistas que trabalham com o Kepler só anunciam a presença de algum planeta depois de o trânsito ter sido registrado pelo menos três vezes. Se conseguirem descobrir um planeta rochoso com o tamanho aproximado ao da Terra e numa órbita habitável - nem tão próxima da estrela, a ponto de toda sua água ser vaporizada, nem tão distante, a ponto de ela congelar -, eles terão encontrado o que, de acordo com os biólogos, poderia ser um refúgio propício à vida.

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